Na eterna guerra entre os sexos, virtualmente todos os combatentes se consideram especialistas nas causas do conflito. Basta sentar numa mesa de bar e ver como abundam teorias delirantes e argumentos absurdos sobre o tema. Não admira: são todos palpiteiros empíricos. Conheço poucos que se debruçaram sobre o assunto com uma verdadeira curiosidade científica.
Por isso, resolvi fazer esse trabalho para você e fui atrás de uma excelente série de estudos conduzidos pelo psicólogo David M. Buss. Publicadas inicialmente no final dos anos 1980, as pesquisas pioneiras de Buss definiram – com um grau de precisão estatística jamais demonstrada antes – os verdadeiros pontos de atrito nas interações entre os gêneros.
Curiosamente, Buss mostrou que as coisas nas mulheres que irritam os homens, e as coisas nos homens que irritam as mulheres, são basicamente as mesmas, independente se estamos lidando com casais que estão apenas começando a se conhecer, ou recém-casados ou pares que há anos estão embrulhados em um casamento infeliz.
Os estudos de Buss foram os mais sofisticados realizados até então, e alguns de seus achados foram surpreendentes. Apesar de uma quantidade enorme de artigos científicos sobre comportamento terem sugerido que discussões sobre dinheiro, criação dos filhos ou interferência de outras pessoas da família eram as causas mais frequentes de desentendimentos e deterioração da relação, Buss demonstrou que estas causas de conflitos eram menos importantes.
A CHAVE DO MISTÉRIO
As pesquisas evidenciaram que diferenças sutis, como a percepção da mulher em estar sendo negligenciada e a irritação do homem pelo egocentrismo de sua mulher, estavam na raiz dos conflitos.
Buss constatou que certos comportamentos específicos incomodam ambos os sexos igualmente: Infidelidade, violência e abuso emocional são abominados tanto por homens quanto por mulheres. Mas os achados mais interessantes estavam em exatamente quais comportamentos eram considerados os mais desgastantes do ponto de vista delas e deles.
Não surpreendentemente, o Sexo foi um ponto crítico, mas homens e mulheres apresentaram opiniões diametralmente opostas sobre de que maneira “sexo” era considerado um problema. A maioria esmagadora dos homens se queixou que as mulheres com frequência frustravam suas investidas. Em contrapartida, a maioria esmagadora das mulheres se queixou que os homens eram muito agressivos sexualmente.
Este conflito pode possuir raízes profundamente fincadas na evolução e nas estratégias reprodutivas da espécie humana, ou pode apenas refletir necessidades psicológicas ou jogos de poder. De qualquer forma, compreender a raiz dos atritos possui um impacto enorme sobre como solucionar os problemas na relação.
RANKING DOS ATRITOS
Em uma de suas pesquisas, envolvendo cerca de 600 homens e mulheres, Buss pediu que os participantes enumerassem quais atitudes de seus parceiros os deixavam mais irritados ou magoados. A lista produziu 147 causas distintas de conflito, variando desde insultos leves a flertes com terceiros ou forçar o parceiro a oferecer sexo.
Buss então solicitou aos participantes que estavam namorando ou eram recém-casados que listassem com que frequência seu cônjuge provocava alguma dessas situações de conflito. Desta vez, as causas puderam ser classificadas em 15 grupos específicos. Os pesquisadores então solicitaram que os participantes fizessem um ranking dessas causas.
Os comportamentos femininos considerados mais intoleráveis e irritantes pelos homens foram: infidelidade, personalidade emocionalmente abusiva, egocentrismo, negação de sexo, negligência e mau humor. Muitos homens se incomodavam, por exemplo, pelo fato de suas parceiras serem excessivamente focadas em sua aparência, gastando quantias exorbitantes com roupas e sapatos, e demonstrando uma preocupação obsessiva com seu rosto e seu cabelo.
Os comportamentos masculinos considerados mais intoleráveis e irritantes pelas mulheres foram: apetite sexual agressivo, infidelidade, abuso emocional, reserva emocional (mania do homem de ficar calado, fechado em si e não debater o conflito), negligência com o relacionamento, insultos quanto à sua aparência ou demonstração franca de admiração por outra mulher.
A falta de consideração masculina também se mostrou um ponto frequente de atrito: muitas mulheres se queixaram dos parceiros quando estes reclamavam do tempo que elas levavam para se arrumar, ou não ajudavam na limpeza de casa, ou simplesmente deixavam o acento da privada levantado.
Para casais no primeiro ano de casamento, Dr. Buss descobriu que o tópico “sexo” é um problema tão grande quanto para casais com mais tempo de convívio. Seria de esperar que, nesta fase de lua de mel e mar de rosas, sexo seria o último assunto a dar problemas no casamento, mas a maioria dos homens recém-casados se queixa que suas mulheres negam fogo – ainda que suas mulheres não reclamem que eles sejam agressivos sexualmente. Os homens querem sexo com mais frequência que suas mulheres. Eles acham as mulheres frias, e elas os rotulam de maníacos pedantes que não compreendem seus sentimentos.
As mulheres tendem a ter mais pré-requisitos para o sexo que os homens. Elas têm mais expectativas sobre o que torna o sexo bom. Elas querem intimidade, afeto, aconchego, diálogo, empatia.
O sexo tem significados diferentes para homens e mulheres. As mulheres enxergam o sexo como uma consequência da intimidade emocional, ao passo que os homens veem o sexo como um caminho para atingir esta intimidade. Como resultado, em média, os homens se queixam que as mulheres negam fogo, e as mulheres se queixam que os homens querem demais.
Quer saber mais sobre o assunto? leia “AMOR, AMIZADE, SEXO & FELICIDADE”.
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