Quando se pensa em temas de saúde, é fácil constatar que a Qualidade de Vida é um dos campeões em investimentos e pesquisas. Apenas nas últimas duas décadas, surgiram centenas de institutos nesta área e até mesmo uma (extremamente bem organizada) Associação Brasileira de Qualidade de Vida.
E por que tanta festa em torno da Qualidade de Vida? Ora, porque ela parece dizer respeito à quase tudo! Você não gosta do seu chefe? Alguém pisou na sua unha encravada? Quer mais 50 canais na sua TV por assinatura e 3 meses de férias por ano? Então você está precisando melhorar sua qualidade de vida. Certo?
Errado. Veja só:
Os especialistas definem Qualidade de Vida como uma análise dos fatores que afetam o bem estar e o sentido que damos para nossas vidas. Isto envolve o funcionamento e a busca pelo aprimoramento físico, psicológico e espiritual de cada ser humano, levando em conta as características do meio ambiente em que vive.
Traduzindo para o compreensível: por Qualidade de Vida, entenda “viver com qualidade”. Esqueça o tamanho do seu bolso, seu celular de última geração e outras conquistas incríveis na escada social. Qualidade de vida tem a ver com um sentimento de plenitude. É aquilo que você finge não escutar dia após dia.
O MELHOR PRESENTE
Há vários anos, em uma entrevista durante os festejos natalinos, uma atriz milionária e filantropa foi questionada pelo repórter sobre o que pretendia dar de presente aos seus filhos naquele ano. Após titubear um pouco, a atriz respondeu: – Eu gostaria que eles ganhassem o que me foi mais precioso e estimulante ao longo de toda minha vida: uma infância pobre.
Foram as dificuldades dos primeiros anos, vivendo quase na miséria em uma família de muitos irmãos, que moldaram os pontos de vista daquela mulher. A mesma provação que produziu o sofrimento também resultou em um crescimento pessoal capaz de traduzir-se em uma visão engrandecedora da vida.
E esta não é uma percepção solitária.
APROVEITE A VIAGEM
Desde 1986, a organização inglesa New Economics Foundation (ou NEF) vem pesquisando a qualidade de vida em vários países. Em 2006, cruzando informações relacionadas à longevidade, aos recursos naturais disponíveis e ao índice de satisfação das pessoas com as próprias vidas, a NEF organizou uma lista dos países mais felizes. Os resultados foram no mínimo interessantes:
Apesar de ser considerada a nação mais rica do mundo em renda per capta, Luxemburgo ficou com a 74ª posição no ranking de qualidade de vida da NEF. Os Estados Unidos amargaram um 150º lugar, várias esquinas atrás de Vanuatu (1º colocado), Colômbia (2º) e Costa Rica (3º).
Para satisfazer sua curiosidade, a NEF posicionou o Brasil como o número 63 de sua lista. Isso significa que, apesar de todos os nossos problemas, conseguimos experimentar a vida de modo mais pleno e construtivo que irlandeses, suíços, belgas, italianos ou alemães.
O segredo por trás destes resultados está no fato de muitas pessoas mirarem na Qualidade de Vida como crianças que se escondem para se empanturrar de doces na hora do almoço. Neste caso, no lugar do doce, a população economicamente ativa almeja dinheiro, fama, poder, influência, sucesso. É um enorme equívoco. E um desperdício maior ainda.
O memorável astrônomo Carl Sagan uma vez escreveu que somos um mero micro-organismo ordinário vivendo na camada mais externa de um pequeno ponto pálido no céu, e não duraremos mais que umas poucas voltas em torno da estrela local.
Que tal pararmos com as brigas e preocupações, e simplesmente relaxarmos para curtir a viagem? Muito mais que qualidade de vida, isso, sim, seria viver com qualidade. Extrema qualidade.
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Quer saber mais sobre o assunto? leia “AMOR, AMIZADE, SEXO & FELICIDADE”.
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