Eles estão em todos os lugares. Chegam sem convite e puxam papo, fazem piadinhas, passam o dia morcegando e empurrando as obrigações deles para você. O que dá errado nunca é culpa deles, mas, quando as coisas dão certo, aparecem instantaneamente para receber uma parte dos créditos. São os Malas.
Considerando a quantidade absurda de tempo que passamos no trabalho, ter que conviver com um Mala pode arrebentar com o seu humor – e com a sua produtividade.
O modo como você lida com essa potencial situação de atrito pode ser toda a diferença entre ter um bom emprego e ter um emprego péssimo. O ambiente exerce uma influência enorme na sua percepção das tarefas a serem executadas. Por isso, é profundamente importante saber como conviver com os Malas. Este guia rápido de 6 passos pode lhe ajudar a desatar o nó:
1 – ACEITE AS DIFERENÇAS DE PERSONALIDADE.
Quando você convive 8 horas ou mais por dia com outra pessoa, é apenas uma questão de tempo até alguém pisar no calo de alguém. Pequenas manias vão esquentando o clima e logo a situação degenera para um conflito.
Talvez você seja mais rápido nas suas tarefas porque descarta alguns detalhes, e seu colega é mais lento, mas em compensação faz um serviço impecável – e um irrita o outro com suas peculiaridades. Ou você quer almoçar sossegado e o outro quer papear, enfim… existem essas pequenas diferenças no modo de sociabilizar que não necessariamente tornariam o outro um Mala, mas seu Ego hipersensível ama descobrir alguma coisa para ficar reclamando, não?
Algumas empresas adotam uma conduta preventiva e aplicam testes de personalidade em seus funcionários. Isso facilita enormemente descobrir nuances de hábitos, perfis de aprendizado e métodos individuais de trabalho, e pode ajudar ao elencar as equipes, evitando misturar águas com óleos. Se não fizeram isso com você, essa pode ser uma boa sugestão para sua próxima reunião.
O fato é que ser capaz de compreender e aceitar que existem tipos de personalidade diferente facilita sua vida, melhora a empatia e assegura que as manias dos outros não irão desmantelar seu contentamento.
2 – SAIBA OS PRÓS E OS CONTRAS DA CULTURA LOCAL.
Além de compreender a miríade de personalidades dos seus colegas, também é importante conhecer a cultura do local em que você trabalha.
Em um ambiente de vendas, onde todos estão perseguindo de bônus e comissões, é até aceitável que exista uma atmosfera competitiva. Pense bem se você não está interpretando errado os sinais ou reagindo excessivamente a eles. Ademais, seu chefe não está nem aí para os seus sentimentos: ele espera resultados, não lamúrias.
Uma saída para tornar o ambiente menos inóspito é ter dois ou três colegas que jogam como um time ao seu lado. Reforce sua amizade e construa um círculo de honra e confiança, e eles serão seu suporte para contornar eventuais encheções de saco.
3 – RESOLVA TUDO COM GENTILEZA.
Você já deve ter percebido que a maioria das situações de conflito no trabalho decorre de ameaças ao Ego. O trabalho está intimamente conectado a sua vida. Quando ele é ameaçado de qualquer forma, a primeira reação costuma ser proteger seu território com explosões temperamentais – e isso pode ocorrer de modo inconsciente, por meio de impaciência, comentários depreciativos, agressividade passiva e um sem número de outros comportamentos desagradáveis.
O que fazer nesses casos?
Combata a implicância sendo gentil. “Gentileza gera gentileza”, lembra? Se alguém lhe incomodou ou disse algo ofensivo, tente ser agradável, puxe uma conversa à toa, fale sobre assuntos de interesse em comum, ofereça uma xícara de café, pergunte como vãos os filhos ou os cachorros ou o gato. Muitas vezes, a gentileza faz o outro perceber a indelicadeza do próprio comportamento e a situação se resolve por si só.
Sabe lá você por qual tipo de pressão ou estresse o outro está passando? Todo mundo tem fases ruins na vida. Não menospreze isso. Contudo, se depois de algumas tentativas a estratégia da gentileza não mostrar resultados…
4 – USE TÁTICAS DE AFASTAMENTO.
Evitar contato é uma solução simples e bastante eficaz – desde que você tenha chegado até aqui depois de empregar as três estratégias anteriores. Na verdade, evitar contato não resolve coisa alguma: isso só tira o problema da sua frente.
Mude seu horário de tomar café e as pausas de descanso. Troque de equipe, de setor, de mesa ou de sala. Se for necessário, diga ao seu supervisor que sua estação de trabalho é muito clara, escura ou barulhenta, e que você melhoraria bastante sua concentração indo para algum outro local.
Se ele quiser saber mais, você pode informar que existe uma situação de conflito entre você e seu colega e que isto está comprometendo a sua produtividade, mas não vá além desse comentário: você é um profissional adulto, não uma vizinha fofoqueira.
5 – RESOLVA O CONFLITO NA FONTE.
A tendência da maioria das pessoas é evitar o confronto direto. Por isso, reclamamos do Mala com nossos amigos, com a família, com outros colegas de trabalho, com o pessoal do RH, com o chefe, com a moça do cafezinho, com a faxineira, com o caixa da padaria, com o zelador do condomínio e o motorista do Uber, entre outros.
Reclamar não adianta. Você não está mais no jardim de infância e seu dever é agora resolver você mesmo o problema. Se absolutamente nada funcionou – seja sincero nesse aspecto: você REALMENTE tentou as técnicas anteriores? -, então talvez seja hora de ter uma conversa cara a cara.
O confronto direto costuma ser necessário quando a razão do conflito é algo pessoal e não profissional. Não faça isso por e-mail ou mensagens de Whatsapp. Chame o outro para uma conversa particular e exponha de modo objetivo o que você acha que está acontecendo. Seja educado, mas firme e incisivo.
6 – ÚLTIMO RECURSO: FALE COM SEUS SUPERIORES.
Levar todas as situações de conflito para ciência de seus superiores torna VOCÊ mesmo um Mala. Antes de fazer isso, converse com outros colegas. Será que eles têm a mesma percepção do que está acontecendo? Se eles corroborarem seu ponto de vista, então você tem um bom argumento em mãos.
Ao conversar com a chefia, certifique-se de colocar a situação em termos profissionais: informe que aquilo está afetando sua performance e minando sua produtividade. Queixas mais pessoais não farão eco, então não insista no papel de vítima ferida. Mostre que o outro está custando dinheiro à empresa e você encontrará ouvidos dispostos a lhe dar atenção. Simples assim.
Mas entenda: mandar alguém embora envolve custos. Então pode acontecer do Mala continuar por ali, mesmo sendo um Mala e prejudicando o desempenho do trabalho, e no final caberá a você encontrar uma solução elegante para a contenda. Se deixar o emprego não for uma opção, você pode encarar isto como um aprendizado, um teste para a sua capacidade de conciliação. Neste caso, que tal voltar ao item 1 desta lista e tentar tudo novamente?