OS HOMENS, A MASCULINIDADE E OS TIPOS DE MÃES

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É sempre complicado colar rótulos nos comportamentos humanos, mas é sempre útil fazer isso: rótulos ajudam a ter uma melhor ideia das substâncias contidas em um ou outro frasco – e em um ou outro humano.

Separar as mães por tipos apresenta exatamente este tipo de dilema, com o adicional que não somos “substâncias” puras, mas uma mistura de temperos que variam segundo os momentos e os contextos de nossas vidas.

Dito isto, e considerando o objetivo essencialmente didático da exposição a seguir, podemos dividir as mães em 5 tipos principais:

1. A MÃE PERFECCIONISTA. Organizada, inspiradora e leal, porém controladora e exaustiva, tende a ter uma profissão com bom rendimento e/ou dedica-se com grande devoção à família. Adora estar envolvida em tarefas e causas. Algumas são conhecidas como Mães Helicóptero, pois estão sempre por perto para proteger e resgatar o menino de qualquer coisa que possa representar algum risco, movendo suas crianças como se fossem peças de xadrez em uma partida que dirá o quanto elas são insuperáveis (ou não) como mulheres. Em geral, sabem muito bem que este tipo de comportamento causará mais danos que ganhos, mas não isso não tem grande relevância. O que importa para elas é serem impecáveis em sua “eficácia materna”. O menino criado por uma mãe assim tende a ser confiável, responsável e comprometido com seus deveres, valorizando o trabalho duro, a disciplina e a persistência. Todavia, ele cresce excessivamente crítico de si mesmo, com sentimentos persistentes de inadequação e vazio emocional. Para ele, as opiniões dos outros são mais importantes que a sua própria e, quando adulto, sentir-se-á vigiado e julgado pelo mundo o tempo todo.

2. A MÃE IMPREVISÍVEL. Aflita, pessimista, competitiva, queixosa e colérica, seus valores e cobranças variam de acordo com seu humor. Muitas delas são mães-solteiras e adoram se rotular melancolicamente como “mães-pais”. Qualquer coisa que seu filho faz, ela sempre encontra uma maneira de mostrar já ter feito aquilo melhor ou mais rápido ou com mais competência antes. Além disso, cria problemas e crises em sua própria mente e então repassa a responsabilidade pela causa (e pela solução) para os filhos. Um menino criado por uma mãe assim tende a ter boas habilidades sociais, sendo capaz de oferecer um excelente suporte emocional para seus amigos. Contudo, esse menino também achará que é seu dever estar permanentemente envolvido no cuidado com outras pessoas, esquecendo de si mesmo. No longo prazo, tem uma tendência maior para desenvolver transtornos ansiosos e depressão.

3. A MÃE MELHOR AMIGA. Entusiasmada, boa mediadora e diametralmente oposta ao padrão “mãe helicóptero”, a mãe “melhor amiga” gosta de tratar seus filhos como iguais e é relutante em estabelecer limites. No fundo, acredita que sua feminilidade juvenil estará ameaçada caso mergulhe de cabeça na atividade de “ser mãe”. Como resultado, o menino cresce sem uma mãe de fato ou, pior ainda, cresce com o fardo de ser um suporte emocional para a menina perpétua que deveria ser sua mãe adulta. Em parte, isso lhe confere um senso urgente de que deve assumir as responsabilidades de um adulto, acelerando seu amadurecimento. Contudo, emocionalmente, o menino tende a se tornar um homem retraído, sempre receoso de abandonos e com uma visão amarga dos seus relacionamentos com outras mulheres.

4. A MÃE “PRIMEIRO EU”. Este é um dos modelos mais comuns da sociedade emasculadora. Criativas e sensíveis, porém narcisistas, absortas em si mesmas e inseguras, veem seus filhos apenas como indicadores de suas pretensas virtudes. Adoram postar fotos nas redes sociais malhando ou tomando vinho com suas amigas. Eventualmente, postam também fotos amamentando ou retratos de viagens com as crianças, mas apenas para sinalizar o quão são politicamente corretas. São boas em ajudar os filhos a resolver problemas, mas isso pode resultar em meninos que têm uma imensa dificuldade em assumir responsabilidades e confiar em suas próprias decisões.

5. A MÃE COMPLETA. Combina os melhores elementos de todos os outros estilos de mães. Não é necessariamente perfeita: ela sabe muito bem dos conflitos relacionados à maternidade que brotam dentro de si, mas assume um comprometimento saudável com esta missão. Emocionalmente equilibrada, enxerga seu filho como um indivíduo, auxiliando-o a desenvolver sua própria independência, avaliar riscos e assumir relacionamentos sem temer eventuais rejeições. Essa mãe sabe de cor a letra de “Simple Man”, da banda Lynyrd Skynyrd.

Como mães, as mulheres raramente são de um tipo específico ou outro, mas mesclam vários desses modelos o tempo todo. O essencial aqui é compreender os “rótulos” e como eles influenciaram e ainda influenciam as referências de Masculinidade que você adotou como padrão.

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Referências:

Crowell JA,Feldman SS. Mothers’ internal models of relationships and children’s behavioral and developmental status: a study of mother-child interaction. Child Dev. 1988 Oct;59(5):1273-85. doi: 10.1111/j.1467-8624.1988.tb01496.x.

Barclay L et al. Becoming a mother–an analysis of women’s experience of early motherhood. J Adv Nurs. 1997 Apr;25(4):719-28. doi: 10.1046/j.1365-2648.1997.t01-1-1997025719.x.

Francis-Connolly E. Toward an understanding of mothering: a comparison of two motherhood stages. Am J Occup Ther. May-Jun 2000;54(3):281-9. doi: 10.5014/ajot.54.3.281.

Camberis AL et al. Age, psychological maturity, and the transition to motherhood among English-speaking Australian women in a metropolitan area. Dev Psychol. 2014 Aug;50(8):2154-64. doi: 10.1037/a0037301.

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