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Em algum momento entre as décadas de 1960 e 1980, a Civilização Ocidental decidiu que o antônimo de “ocupado” não seria relaxado”, mas “desocupado” – e isso metamorfoseou o tempo em um tipo de espaço aguardando para ser preenchido.
Acompanhando esta mudança vieram diários eletrônicos, planilhas de Excel, canetas de tinta removível para anotar compromissos na porta da geladeira ou na parede do banheiro, agendas na web, alarmes no smartphone e todo um leque monumental de esforços para mapear as horas do dia e encher cada minuto com atividades, quaisquer atividades. Ter um espaço vazio no seu tempo tornou-se algo inaceitável, quase uma afronta.
E desde então você é encorajado a gerenciar seu tempo ao invés de curti-lo. Você se converteu em um superintendente de horas, abandonando a atividade de saboreador de semanas. Seu relógio foi organizado em unidades de produção, listas de ofícios, sequências de empreitadas e metas de afazeres, como se fosse imprescindível prestar contas e validar o ingresso de sua existência junto a algum Gerente Cósmico de Qualidade da Vida.
O tempo não se tornou apenas um equivalente abstrato do espaço, mas também se tornou sinônimo de dinheiro, e você comprou sem titubear a ideia de que pessoas importantes (que quase sempre tem muito dinheiro!) nunca gastam tempo com trivialidades e coisas ordinárias. Pessoas importantes estão sempre ocupadas. E você cobiça tanto ser importante como elas…!
Desconfortavelmente assentado nesses conceitos míopes, você acrescentou falsas camadas de magnitudes cúmplices, sempre acreditando que, quanto mais ocupada, maior será a significância da sua vida. Quanto maior a sua lista de tarefas, mais necessário para a sociedade você se tornará. Quanto mais exausto você estiver, mais virtuoso será. Certo?
Hum… talvez não exatamente.
Quando foi a última vez que, ao perguntar “Como andam as coisas?” para algum conhecido seu, você recebeu como resposta um “Ótimo, ando fazendo nada demais” ou “Tudo tranquilo, vou à toa por aí”?
“Vou à toa por aí”? Hein? Que blasfêmia! Como assim, “à toa”? Isso imediatamente desperta em você um senso de suspeita, de desconfiança, não? Quem nesse mundo pode se dar ao luxo de “fazer nada demais”?
Se fosse eu, pensaria na mesma hora que essa pessoa que está “fazendo nada demais” está, sim, aprontando alguma coisa. As únicas pessoas que dizem “estou fazendo nada demais” são gênios do crime, assaltantes de banco, sequestradores, traficantes, supervilões, espiões internacionais, assassinos em série e gente desse tipo.
Antes de perder o sujeito de vista, daria uma ligada para a Polícia Federal ou o Ministério Público e passaria o endereço do cara que “anda fazendo nada demais” – vai que ele ocultou meia dúzia de corpos esquartejados no armário da cozinha? Ou está escondendo armas químicas de destruição em massa debaixo da cama?
Colocar-se à mercê de uma agenda rigorosamente detalhada não é melhor que colocar-se à mercê das vontades de outra pessoa. De fato, você está cumprindo um roteiro de outra pessoa: você come e anota o que acha que deseja, o que acredita que precisa e o que espera que irá lhe satisfazer. E essas escolhas todas não estão para além do alcance de suas mãos. O que ocorreu foi muito pior. Suas escolhas agora estão sob o controle de seu Ego.
Por isso, a partir de hoje, se alguém lhe perguntar como você vai, que tal responder: “Estou aguardando ansiosamente pelo outono!”, ou “Estou indo tirar umas fotos com minha namorada na rua”, ou “A vida está estupenda: estou a caminho de um pedaço de pizza!”?
Dedique algumas semanas a esta missão: evite descrever seus dias com frases que reflitam sua saúde mental ou a saúde mental de qualquer outra pessoa, e abstenha-se de ser tão ocupado a ponto de não ter tempo para o que você gosta, para trocar uma ideia com quem admira ou abraçar quem você ama.
Quando lhe perguntarem “como vai você?”, refreie o impulso de responder que está entupido de trabalho, cheio de contas e enterrado até o pescoço no serviço. Lembre-se de Sócrates: “Tome cuidado com o vazio de uma vida ocupada demais”. Seus dias não são todos insanos, ou fodas ou incrivelmente ocupados – mas eles são únicos e inéditos, cada um deles. Viva-os de acordo.
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