Bravura Indômita (1969)
Chamado originalmente de True Grit, Bravura Indômita baseia-se no romance homônimo de Charles Portis, de 1968. A história foi refilmada em 2010, mas nada como o clássico dirigido por Henry Hathaway e com Wayne no papel de Reuben J. “Rooster” Cogburn, um U.S. Marshall de caráter questionável que gosta de bebidas e jogatinas.
Após ter o pai assassinado pelo bandido Tom Chaney, a jovem Mattie Ross de apenas 14 anos de idade tem sede de vingança. Destemida e determinada, ela encontra uma maneira de contratar Cogburn e LaBoeuf, um Texas Ranger, para uma caçada humana em busca de Chaney . Em sua aventura pelo território dos índios, cada componente do trio terá sua própria bravura testada.
Apesar dos debates acalorados sobre identificação de gênero que temos visto na mídia ultimamente, um fato é inquestionável: homens são biologicamente diferentes das mulheres. E toda essa biologia, os hormônios, a musculatura e muitos outros aspectos anatômicos levam os homens a também agir de modo diferente. Temos conceitos discrepantes quanto ao tipo de força que deve ser oferecido a serviço da tribo – ainda que a tribo tenha crescido.
Em Bravura Indômita, Cogburn e LaBoeuf surpreendem-se com a coragem de Mattie, pois consideram que algumas virtudes são caracteristicamente masculinas e outras, tipicamente femininas. Sem os arquétipos masculinos e as virtudes masculinas hereditárias bem definidas, os homens perdem a ideia de quem podem ser. John Wayne personificou estes valores em conflito de propósito, com a intenção de deixá-los mais nítidos.
O rastro do personagem Reuben J. “Rooster” Cogburn é repleto de falhas e vulnerabilidades humanas, mas é também altruísta e protetor – bem diferente das manadas de meninos assustados da geração Y e Z que vemos hoje, incapazes de assumir compromissos.
Se mais homens sustentassem os valores que John Wayne representava na tela, se mais homens fossem corajosos, ousados e honrados, com capacidade de se erguer em defesa dos mais fracos e necessitados, estaríamos em uma situação bem melhor do que estamos agora. Teríamos uma sociedade de pessoas que apreciam o trabalho honesto e uma quantidade bem menor de covardes que acham válido ganhar qualquer coisa sem mérito. Teríamos mais homens capazes de fazer o que deve ser feito, sem se queixar como bebês por causa disso.
Cogburn jamais cobrou de Mattie o pagamento que ela havia lhe prometido, mesmo tendo salvo sua vida com grande custo pessoal após ter sido gravemente picada por uma serpente.
Se as coisas estão ruins, elas podem ficar boas. E se você acha que as coisas boas estão boas o suficiente, isso não significa que elas não possam melhorar.
Simplesmente não existe uma justificativa legítima para ser menos do que a sua melhor versão possível. E isto nos leva ao segundo capítulo desta série: