Classificar o Nazismo como sendo de Esquerda ou de Direita certamente não irá fazer qualquer diferença para as milhões de pessoas que sofreram sob essa ideologia grotesca, mas vamos lá:
O COMUNISMO é uma doutrina social segundo a qual se pode e deve “restabelecer” o que se chama “estado natural”, em que todos teriam o mesmo direito a tudo, mediante a abolição da propriedade privada.
O SOCIALISMO refere-se a qualquer uma das várias teorias de organização econômica que advogam a administração e propriedade pública ou coletiva dos meios de produção e distribuição de bens, propondo-se a construir uma sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades e meios para todos os indivíduos, com um método isonômico de compensação. Atualmente, teorias socialistas são partes de posições da esquerda política, relacionadas com as atuações do Estado de bem-estar social.
Em resumo: COMUNISMO E SOCIALISMO são basicamente a mesma coisa, apenas com nomes diferentes. Ambos defendem um Estado gigantesco (para ser capaz de restabelecer o que chamam de “nosso estado natural”), paternalista (construção da sociedade através de “métodos isonômicos de compensação”), ideologicamente inimigo da propriedade privada e controlador da liberdade, das oportunidades, dos meios de produção e da distribuição de bens. Por convenção, consideramos ideologias Socialistas e Comunistas como sendo de ESQUERDA, certo?
Então o que seria Direita? Simples: o diametralmente oposto à esquerda. Portanto, uma ideologia de DIREITA é aquela em que temos:
1. Um Estado que aceita o fato de que nem todos terão o mesmo “direito” a tudo. Você não tem direito a ser rico ou feliz, ou ter um diploma universitário, um emprego ou um corpo sarado. É SEU dever esforçar-se por meio da sua vontade e do seu empenho disciplinado para atingir os objetivos que aspira. Satisfazer seus desejos e ambições não é – tampouco foi um dia – um dever do Estado.
2. Um Estado que protege a propriedade privada.
3. Um Estado que NÃO SE METE com a administração dos meios de produção e distribuição de bens. Não cabe ao Estado fabricar automóveis ou geladeiras ou microondas ou vender máquinas de lavar roupa ou celulares, do mesmo modo que não cabe ao Estado ser dono de rodovias, ferrovias, refinarias, portos ou aeroportos.
4. Um Estado que não interfere na liberdade de mercado utilizando subterfúgios escusos e objetivos pífios escondidos sob a égide bacana de “método isonômico de compensação”.
5. Um Estado que preserva a liberdade de ideias e expressão.
Dito isto, vale observar que o Nazismo caracterizava-se por:
- Trazer o conceito de socialista na própria raiz de seu nome: Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei (Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores da Alemanha).
- Negar o Marxismo e o Comunismo, oferecendo em seu lugar um Consequencialismo Nacionalista-Socialista com grande ênfase na busca do “bem comum” como ferramenta de subordinação da nação. Aparentemente, uma incongruência entre a teoria (anti-marxista) e a prática (comunista).
- Uma forte fundamentação nas ideias Nacionalistas do sociólogo alemão Johann Plenge, que defendia uma “guerra” contra os ideais da Revolução Francesa (as “ideias de 1789”, segundo ele), que incluíam direitos humanos, democracia, individualismo e liberalismo, e um avanço para as “ideias de 1914”, que incluíam “valores alemães” como dever, disciplina, lei e ordem. Plenge tencionava criar uma sociedade socialista contrapondo a Alemanha “proletária” à Grã-Bretanha “capitalista”.
- Monopolização Política: em 1933, quando foi eleito Chanceler, Hitler estabeleceu na Alemanha um regime político unipartidário, marginalizando os judeus e outros oponentes políticos, prendendo e exterminando milhões.
- Concentração absoluta de poder: com a morte do presidente Hindenburg, Hitler concentrou todo poder em si por meio de um plebiscito, tornando-se o Fuhrer do país. Em termos funcionais: um ditador, mais ou menos como Nicolás Maduro.
O que você acha agora? O Nazismo se parece mais com um regime de esquerda ou de direita?
De direita.