“LIBERAIS” E “PROGRESSISTAS”: FARINHAS DO MESMO SACO

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O movimento Progressista surgiu oficialmente nos EUA entre 1890 e 1920 como uma resposta às crises econômicas frequentes, à corrupção política, ao aumento da pobreza, aos baixos salários, às péssimas condições de trabalho e outros problemas trazidos pela industrialização. Contudo, inicialmente, ele não foi batizado de Progressismo, mas de Liberalismo.

O Liberalismo Clássico defendia que a única liberdade verdadeira é a liberdade de coerção, e que a intervenção estatal na economia restringia a liberdade dos indivíduos. Esta vertente específica do Liberalismo pendeu para a Direita, dando origem ao Libertarianismo e ao Anarcocapitalismo.

O Liberalismo Social, por outro lado, advogava que os governos deveriam ter um papel ativo na promoção da educação e da prosperidade dos cidadãos. Esta vertente do Liberalismo pendeu para a Esquerda, dando origem ao Progressismo, ao Socialismo e ao Comunismo.

Com o tempo, as diferenças entre Liberalismo Clássico e Social foram relegadas ao esquecimento, e os termos Liberal e Neoliberal passaram a ser estranhamento associados à Direita.

Não obstante, sob a alcunha de “Liberais” e “Neoliberais” ocultam-se ideólogos de Esquerda que defendem censuras à liberdade de expressão e louvam regimes totalitários.

Por exemplo: Fernando Henrique Cardoso (FHC), o 34o Presidente da República do Brasil, foi rotulado de “Continuador do Projeto Neoliberal” durante seus 8 anos de mandato (1995-2001).

Quando discursava para as plateias, FHC afirmava que sua proposta política consistia em extinguir a Era Vargas, diminuindo a intervenção do Estado na economia, privatizando estatais e abrindo o mercado brasileiro. Na prática, o “neoliberal” FHC apontava entre suas principais preocupações o racismo, o meio ambiente e a igualdade de gênero.

Apesar de se dizer defensor das políticas de direitos humanos, FHC foi condescendente com o terrorismo do MST e era todo elogios para o ditador comunista Fidel Castro, chegando a importar médicos cubanos para atuar no estado do Tocantins, em 1999.

FHC também foi o primeiro presidente brasileiro a visitar Cuba, entre outros destinos que de “liberais” pouco tinham: em 1996 foi a Luanda, em uma visita oficial ao ditador-presidente José Eduardo dos Santos, cujo mandato se estendeu de 1979 a 2017. Em 2001, visitou a Coreia do Norte com a intenção de estabelecer relações diplomáticas com aquele país. Seu roteiro de viagens internacionais ainda incluiu passagens por países como China, Rússia, Ucrânia e Bolívia, sendo que apenas na Venezuela FHC esteve por cinco vezes e, em 2002, ajudou no retorno do marxista bolivariano Hugo Chávez à presidência 28 horas após um golpe relâmpago.

Se olharmos ao norte do continente e observarmos os EUA, encontraremos sob a alcunha de “liberais” líderes como Bill e Hillary Clinton, Barack Obama e Al Gore, que se opõem a cortes em programas sociais do governo e apoiam agendas Progressistas como legalização do aborto, ampliação do financiamento para saúde pública, direitos específicos para população LGBT, leis mais rígidas para proteção ambiental e impostos maiores para os mais ricos.

Ainda que em boa parte da Europa e em toda a Oceania o sentido de “liberal” esteja bem mais próximo daquilo que entendemos como Libertarianismo, os “liberais” Tony Blair (Inglaterra) e Justin Trudeau (Canadá), que um dia autodenominaram-se “Terceira Via”, seguem a velha cartilha do distributismo Coletivista presente em qualquer doutrina clássica da Esquerda.

Considerando as ideias e atitudes contraditórias que se abrigam sob o termo Liberalismo, e considerando que nas Américas o conceito médio de “liberal” é algo como FHC, Trudeau, Clinton e Obama, então o mais sensato a fazer seria descartar de uma vez por todas o emprego do termo “liberalismo”, substituindo-o por Progressismo e Socialismo, pois ambos se aproximam muito mais daquilo que andam chamando por aí de Liberal.

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Fonte: https://www.amazon.com.br/ESQUERDA-Sistemas-Regimes-Valores-ManhoodBrasil-ebook/dp/B07SCXZ28Q

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