EMIGRANDO: UM BRASILEIRO NA AUSTRÁLIA

0
1737

Você pensa em emigrar? Pensa em largar tudo e ir para um país Desenvolvido? Esteja esta decisão correta ou não, que tal conferir o relato de Vinicius Valério?

Em 2014, Vinícius partiu de mala e cuia para a Austrália e tem algumas dicas e lições que podem ser valiosas para sua ponderação!

Segue o relato:

“Meu nome é Vinicius Valerio, morei em Caraguatatuba (SP) dos 9 aos 27 anos de idade. Em 2007, obtive minha graduação em Matemática, atuando por 6 anos como professor da rede estadual e municipal, além de alguns trabalhos em colégios particulares.

Em 2013, iniciei um Mestrado na PUC–SP, mas, no ano seguinte, literalmente “do nada”, resolvi mudar de ares e tentar aprender inglês por imersão. Esta decisão me fez escolher a Austrália como destino – o irmão de minha esposa já morava na Austrália e poderia nos mostrar o “caminho das pedras”, e isto certamente influenciou na escolha do destino.

A decisão de ir para a Austrália desencadeou adaptações urgentes e importantes: tranquei a matricula no mestrado, pedi afastamento de meu cargo na prefeitura, vendi carro e moto, organizei procurações para que uma pessoa que fosse ficar responsável por minha conta bancaria, etc. Optei por partir com visto de estudante, pois assim teria permissão para trabalhar legalmente e começar a fazer algum dinheiro.

Muitas pessoas acham muito mais barato partir para os Estados Unidos como turista e ficar ilegal depois que vencer o visto, porém não recomendaria esse cenário: o simples fato de não estar dentro da legalidade como imigrantes dificulta enormemente sua vida.

Quando consegui resolver o que tinha que resolver, parti para a escolha do curso de inglês e das passagens. Listo mais ou menos o que paguei na época (2014):

R$ 6.000 – passagens
R$ 7.847 – Curso de inglês 24 semanas
R$ 1.760 – Seguro Saúde
R$ 2.000 – Taxa de visto Casal

Total = R$ 17.607

Chegando na Austrália, fiquei maravilhado com a limpeza, a organização e a obediência às regras. Tudo que olhava me fazia ficar muito satisfeito com todo o esforço que fiz para chegar aqui, mas saber nada de inglês foi o maior obstáculo – imagine um professor de matemática que não sabia pedir um café sozinho, ou perguntar sobre as qualidades de um aparelho eletrônico, ou entender alguma pergunta na rua… realmente frustrante.

Aos poucos, fui me soltando e após 2 meses consegui um emprego. Era o único brasileiro na empresa. Isto forçou o aprimoramento do idioma e, desde então, nunca mais fiquei desempregado.

Outra dificuldade – além da falta de domínio do idioma – está em ter que trabalhar de qualquer coisa que aparecer, o famoso “sub-emprego de sobrevivência”. No meu caso, lavei pratos, fui garçom, lavei carros e fui ajudante de pintor em obras. Encarei essas tarefas como um caminho rumo a um objetivo: voltar a ser professor de matemática na Austrália.

O custo de vida na Terra dos Cangurus é alto, mas existem vantagens: segurança, ruas limpas, estradas boas, escolas boas, bons salários, automóveis muito mais baratos comparados com o brasil.

Entre as desvantagens, posso inculir morar longe da família e dos amigos próximos; uma cerveja long neck custa de 5 a 10 dólares no bar; e não se encontra comida brasileira em qualquer lugar.

Obviamente, essas vantagens e desvantagens são muito pessoais, e cada pessoa pode achar algo a mais ou nem achar que alguns itens configuram exatamente ganhos ou perdas.

Estou na Austrália desde 2014, residindo sempre no estado de Queensland. Entre 2014 e 1017, morei na cidade de Gold Coast. Em 2017, mudei para Sunshine Coast. Recentemente, obtive a residência permanente, o que significa que em 1 ano posso me tornar cidadão australiano se assim escolher.

Hoje, com um inglês fluente, estou apenas aguardando a resposta do órgão responsável por emitir a autorização e retornar à atividade de Professor de Matemática.

Não pretendo voltar permanentemente ao Brasil pelos próximos 25 anos, pois acredito que a Austrália oferece condições melhores para conquistar a independência financeira e garantir fontes de renda para a aposentadoria. Estou com quase 32 anos de idade e sinto que devo focar no que espero para mim e meu futuro, mas amo o Brasil, minha família e os amigos que deixei por lá, e torço muito para que minha terra natal encontre o seu rumo. Observando da Austrália, eu SEI agora que isto é possível.

Deixe uma resposta