Em seu livro Passagens, a escritora Gayl Sheehy faz uma releitura interessante das aventuras no reino de Oz. Ela cita um trecho da história em que os viajantes chegam a uma ravina profunda que divide a floresta ao meio até onde podiam ver.
Cheio de bravata e tentando demonstrar autoconfiança, o Leão afirmou que provavelmente seria capaz de transpor a ravina com um salto, e o Espantalho sugeriu que o Leão saltasse com ele nas costas.
A fera, nervosa, aproximou-se lentamente e agachou-se na beira do abismo para o pulo perigoso. O Espantalho insistiu em que ele primeiro recuasse e examinasse o problema com mais atenção.
– Por que você não toma distância para o salto? – perguntou o Espantalho.
– Porque não é assim que nós, os leões, fazemos essas coisas – respondeu ele.
Muitas vezes, quando chegamos a um cruzamento traiçoeiro, não voltamos atrás para fazer um exame completo de nossos sentimentos, porque não é assim que pessoas “corajosas” fazem essas coisas. Pessoas “corajosas” se aproximam do desafio – com um medo terrível – e então saltam impetuosas para dentro de sua ignorância. Frequentemente, não são tão ousadas quanto parecem ou corajosas de verdade – mas apenas orgulhosas e dissimuladas.
A sociedade exige que sejamos guerreiros soberbos lutando pela conquista inexorável do sucesso e da felicidade, avançando e arremetendo contra tudo e contra todos – ou do contrário corremos o risco de sermos tratados como leões desprovidos de coragem.
Por sorte, a verdade é bem o contrário disso. Porque esta vida nunca tratou de ser exatamente uma corrida de egos: ela sempre foi uma viagem de sabedorias.
Fazendo uma visitinha por aqui.
Depois da uma passada na minha página que eu tenho algo muito bom mesmo, vale apena conferir.
Abraço.
Valeu, Ju!