Das várias definições de Masculinidade, gosto daquela que diz que “o Homem está maduro quando passa a produzir mais do que consome”.
Isso é perfeito em infinitos sentidos. Uma pessoa é madura quando adquire a habilidade de domar sua natureza, transformar o caos em ordem, coisas triviais em objetos de valor e sentimentos em atitudes. A Masculinidade verdadeira compartilha essa consistência assertiva, esse propósito construtivo da maturidade. Ela não gasta: ela provê.
SAINDO DA INFÂNCIA
Crianças são consumidores em tempo integral. Quando muito novas, são seus pais quem cuidam de seu entretenimento. São os pais que produzem as experiências que o bebê desfruta. São os pais que ofertam abrigo, comida, conforto, atenção, e todo o tempo livre da criança é gasto na degustação desses favores.
A infância consiste no consumo dos recursos maternos e paternos com uma atitude de passividade sobre o tempo e as experiências que se apresentam. Crianças em si possuem pouco ou nenhum impacto no curso do mundo e não são donas de suas vidas: elas são Dependentes. E isto consta até na declaração de imposto de renda.
A cultura moderna encoraja o consumismo pueril ao invés da produtividade madura – e isso faz com que muitos homens se comportem como crianças, o tempo todo, a vida inteira. Mesmo quando um homem jovem já não é mais dependente de seus pais, ele permite que seu amadurecimento se torne dependente de produtos e serviços que lhe façam sentir “como um homem de verdade”. Consumimos Masculinidade ao invés de criá-la.
O que torna o consumismo tão perigoso é que ele nos seduz a adotar uma imitação da autonomia, transformando os mais suscetíveis em crianças carentes que acham que atingirão patamares elevados de Masculinidade por meio do creme de barbear que usam ou das roupas que vestem. Essa sensação de autonomia é uma ilusão. É meramente a escolha de um ou outro item de um cardápio de produtos elaborado por outras pessoa. É uma repetição do padrão de quando sua mãe perguntava: “você vai vestir o pijama listrado ou do Mickey?”.
CONSPIRAÇÃO CONSUMISTA
O consumismo é uma conspiração contra a Masculinidade. Mas é possível enxergar e ir além desse comportamento infantil. O primeiro passo é reconhecer a armadilha: não permita que influências, tendências de comportamento ou propagandas indutoras de dependência norteiem sua vida. Isso não lhe torna senhor do seu reino, mas um súdito dócil de modismos alheios.
Em seguida, torne-se um Criador. Isso não requer o abandono do consumismo e o retorno à idade das cavernas. Apenas controle seus impulsos, equilibrando-o com atitudes criadoras.
Invista seu tempo em ações que representem um legado. Descubra um hobby, escreva um livro, comece um jardim ou uma horta, dê uma festa, tenha filhos, assuma responsabilidades, aprenda a cozinhar, abra uma empresa, cultive seu relacionamento, participe de atividades voluntárias, seja um mentor para outras pessoas e um modelo de valores elevados para os mais jovens.
Não escolha um roteiro de aventura: CRIE um! Não apenas viva no mundo: crie universos!
Seja um rei e um deus e dirija seu destino.
Seja um Homem!