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Esopo (620 a.C. – 564 a.C.) foi um escritor de renome na Grécia Antiga. Suas histórias criativas eram admiradas por Heródoto, Aristófanes e Platão, e seus ensaios inspiraram Jean de La Fontaine, pai da fábula moderna, a escrever contos como A Lebre e a Tartaruga, O Leão e o Rato e A Raposa e a Uva.
Dos vários aforismos atribuídos a Esopo, um merece sua atenção especial. Ele diz: “A gratidão é a virtude das almas”.
Desconsiderado o viés religioso do termo almas, ficamos com o cerne deste pensamento de Esopo: a gratidão é uma virtude. E, em sendo uma virtude, seria extremamente recomendável praticá-la. Pois diga: quando foi a última vez que você demonstrou gratidão genuinamente?
A gratidão é um dos sinais mais encantadores de uma vida bem vivida. Esta virtude tem um impacto direto sobre sua felicidade pessoal e a qualidade de seu relacionamento com o mundo.
SUA GRATIDÃO E OS OUTROS
A ausência de gratidão frequentemente está na raiz dos males que afligem nossas interações interpessoais. Quando um chefe, um colega de trabalho, um amigo ou amiga, ou par romântico não demonstra apreço por você – ou vice-versa -, a mensagem implícita é: não existe mais afeto entre nós. Por que a gratidão é isso: um reconhecimento sólido do laço de afeto que há entre duas pessoas, seja ele momentâneo ou duradouro.
Uma palavra de estima e apreço pode derreter instantaneamente o gelo entre as pessoas. Mas com que regularidade você agradece alguém? Não aquele agradecimento fajuto que expectoramos veloz como uma tosse – “…’brigado”, você diz o tempo todo. Não. Falo aqui do reconhecimento maciço, consistente, incontestável; aquele agradecimento em que você olha o outro nos olhos por três longos segundos e diz com todas as letras: “muito obrigado!”. Quantas vezes por dia você coloca esse tipo de gratidão sobre a mesa?
A gratidão está intrinsecamente associada à virtude do respeito. Ela mostra que você está atento às atitudes de outra pessoa e que compreende como aquela ação torna sua vida mais fácil, mais feliz, mais plena.
O indivíduo ingrato é auto-centrado. Ele acha que todas as boas coisas que acontecem a ele e todos os serviços prestados são uma resposta automática ao simples fato dele ser uma pessoa tão incrível. Ele merece tudo e mais um pouco, merece o melhor da vida – e em razão disso concentra-se unicamente nos meios necessários para obter o ideal que ainda não alcançou. Caminhando assim, de estupidez em estupidez, o ingrato nunca toma ciência da bondade ao seu redor – e nunca está satisfeito com o que possui.
Por outro lado, o indivíduo grato é humanitarista. Ele não sofre com ilusões de grandeza. Ele sabe que coisas ruins acontecem a boas pessoas e entende que qualquer estrada pode subitamente virar um atoleiro – pois muitas pessoas que ele conhece e tem notícia estão presas lá. O indivíduo grato assimilou os sacrifícios que os outros fizeram para que ele desfrutasse de bem estar e é profundamente agradecido por isso.
CULTIVANDO A GRATIDÃO
A gratidão não é apenas algo que você compartilha externamente com outros. É uma atitude exteriorizada no dia a dia. Muitas das pessoas mais infelizes que conheci em minha vida estavam também entre as mais ingratas: enterradas em suas lamúrias, só conseguiam ver o lado ruim de tudo. Eram reclamadores crônicos, eternamente absortos naquilo que achavam que deveria ter acontecido – mas não aconteceu.
Em contrapartida, algumas das pessoas mais felizes que conheci estavam entre as mais gratas que tive o prazer de encontrar. Nem todas eram ricas, nem todas eram celebridades ou oráculos de erudição, mas absolutamente cada uma delas possuía esse senso de agradecimento pela vida que haviam recebido. Todas elas sabiam qual era seu momento mais importante – e transpiravam naturalmente esse equilíbrio.
Não caia nesse ardil que sussurra no seu ouvido, dizendo: você será grato quando tiver mais coisas, mais roupas, mais dinheiro, mais saúde, mais sexo, mais sorte. Nada contra você ir buscar o sucesso onde acha que o sucesso está, mas entenda que o número de suas posses e experiências não deve ter efeito sobre seu senso de gratidão – até porque, provavelmente tudo que você precisa, você já tem.
A gratidão deve ser cultivada em seu interior independente das circunstâncias onde você se encontra. Ela não está relacionada às boas coisas que acontecem com você, mas sim à vontade de encontrar novas camadas de encantamento em tudo que está bem aí à sua volta, neste exato instante.
Então, que tal um desafio em duas etapas?
Em primeiro lugar, faça uma lista das 10 coisas pelas quais você é grato. É provável que sua lista de agradecimentos esteja relacionada às 15 categorias de Necessidades Humanas Fundamentais (Comida & Abrigo, Segurança, Afiliação, Estima, Status, Aquisição de um par, Manutenção de um par, Paternidade & Maternidade, Autonomia, Competência, Propósito, Tranquilidade, Poder, Independência e Conhecimento). Tudo bem, isso era esperado. Mas lembre-se que a gratidão só se torna mágica quando você começa a perceber as camadas de deslumbramento nas coisas mais cotidianas.
Essa civilização que construímos nos faz caminhar por aí como zumbis, completamente cegos para a grandiosidade da beleza que nos envolve. Quando estiver escrevendo sua lista, seja minimalista; seja específico. Não escreva: “agradeço pelos meus filhos”. Escreva: “agradeço por ver meus filhos correndo em casa quando chego do trabalho”. Ao invés de “agradeço pelo meu amigo fulano de tal”, escreva “agradeço por fulano de tal me fazer sorrir todo dia”.
Seu agradecimento não precisa ser uma eulogia profunda e rebuscada de pieguices. Torne-o simples, mas sincero. Não pense que sentir-se grato por coisas materiais é ser superficial: você pode sentir-se grato pela pizza e pela cerveja gelada, pela direção eletro-hidráulica do seu carro, pelo seu diploma, pelo livro que escreveu, pelo barulho da chuva ou pelo ar fresco que entra em casa quando você abre a janela. O importante é que dedique um tempo para realmente pensar sobre aquilo que lhe dá prazer e contentamento, confeccionando uma lista que traduza seu mundo interior.
Em segundo lugar, diga “muito obrigado!” para três pessoas diferentes hoje. Não vale reunir três pessoas na sala e dizer “muito obrigado!”. Você deve se dirigir separadamente a cada uma delas. Utilize todos meios à mão: pessoalmente, colando um post-it na geladeira ou no espelho do banheiro, por celular, por aplicativo de mensagem, postagem no Facebook ou Instagram.
Mas atenção: o agradecimento deve ser bastante específico. Dizer “muito obrigado!” para o garçom enquanto enfia o nariz dentro do copo de chope não é um agradecimento específico. Porém, ao término do seu happy hour, antes de sair do local, você pode chamá-lo e dizer: “Gostaria de lhe agradecer de verdade por ter me atendido esta noite. Muito obrigado!”. Informar explicitamente a alguém que você reconhece o trabalho, o tempo e a atenção que essa pessoa dedicou para tornar sua vida mais descomplicada e aprazível é, sem dúvida alguma, uma belíssima demonstração de gratidão.
Espalhe gratidão, e você colherá gratidão.
Isto posto, obrigado por ter lido este texto até o fim! Obrigado pelos seus minutos, obrigado por motivar-nos com sua concentração, seus comentários e sugestões. Sem a sua atenção, nosso trabalho perderia completamente o sentido. Muito obrigado, de verdade!
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