Todo mundo conhece alguém Tóxico. Sabe aquela pessoa que constantemente critica, fala que você não pode fazer isso ou aquilo, é raivosa, irritada, demandante, não assume a parte que lhe cabe e transfere responsabilidades ao berros e gritos? Parabéns. Você acabou de identificar um Tóxico.
Lidar com essas pessoas sem ceder à tentação de ser mal educado, apertar o botão do “dane-se!” ou apelar para violência física pode ser um teste e tanto para sua inteligência. Contudo, justamente a dificuldade em contornar o problema é que o torna um aprendizado interessante.
Vamos concordar: não existe uma maneira fácil de fazer isso. Mas existem métodos. E, se você estiver disposto a evoluir um pouco mais, vale à pena tentar algumas abordagens e checar os resultados.
- PRATIQUE A COMPREENSÃO.
Considere o seguinte: se você ficou irritado com o comportamento do outro, provavelmente suas palavras e ações também serão recheadas de raiva – e isso apenas fará com que o sujeito tóxico se torne ainda mais tóxico. Sua resposta emocional agressiva não é ruim só para você: ela é péssima para a situação como um todo.
Então, quando alguém estiver pisando no seu calo, reflita por um momento e tome ciência das suas emoções ao invés de partir para o bate boca. Passe 60 segundos sentindo seu corpo. As suprarrenais bombearam adrenalina na corrente sanguínea e seu coração acelerou? As mãos esfriaram? O rosto ficou vermelho e suas pernas, inquietas? Examine-se como se estivesse olhando para você mesmo através de uma luneta.
A dor é um fenômeno orgânico. Alguém acerta sua mão com toda força usando uma marreta de 7 quilos e o suave desconforto dos ossos esmagados é real, não é um produto esquizofrênico da sua mente. Mas o sofrimento, por outro lado, é. Raiva, nervosismo, angústia, rancor, frustração, tristeza, ódio… todos esses são construções do Ego. Eles não existem per se. VOCÊ os fabricou.
Entender que o outro pode ser um canalha, mas que você tem a OPÇÃO de não acompanhá-lo em sua mediocridade, ajuda a amenizar a situação e permite tolerar a incompetência alheia com um bom nível de paz interna.
- FALE COM OUTRAS PESSOAS.
Você engoliu o sapo tóxico e ficou engasgado. Apesar de ser difícil admitir que você se sentiu mal, conversar a respeito do ocorrido com outras pessoas pode lhe fazer bem.
Procure alguém de sua confiança e faça um debate construtivo sobre o ocorrido. Pegue um par de ouvidos emprestado, compartilhe seus sentimentos e não brigue caso receba conselhos que não gosta. O lance era conseguir alguém para lhe ouvir. Os conselhos, se forem imprestáveis, você deleta mais tarde.
- ENCONTRE EMPATIA.
Isso pode ser mais difícil, mas tudo faz parte do seu aprendizado. Não é nada pessoal. O tóxico é sua escola. Aproveite a aula.
Você sabe lá quais dificuldades aquela pessoa está passando? Quais estímulos, pressões e cobranças estão sobre ela? De repente, ele ou ela pode até ser uma boa pessoa que estava em um momento ruim, ou em um dia ruim, ou em um ano ruim, ou em uma encarnação inteira ruim em uma galáxia ruim.
Mentalize uma energia positiva. Pense algo benevolente e, se conseguir, comunique com sinceridade que você lhe deseja alegria, paz e prosperidade.
- DIALOGUE.
Se for capaz de encontrar empatia, então você poderá tentar o passo seguinte: estabelecer contato com a civilização do tóxico. Muito provavelmente, ele sustentará o comportamento agressivo e irredutível, mas, de alguma forma, você percebeu onde está o sofrimento do outro e que ele age daquela maneira como uma reação a este sofrimento.
Tente conectar-se. Sartre dizia que “tudo que um ser humano precisa para ser genuinamente feliz é de alguém que tenha pena dele”. Ver alguém tropeçando costuma extrair uma bondade inusitada dos outros, até mesmo de estranhos. Então diga que você também está passando por um momento difícil e que gostaria de apoio e compreensão.
Talvez esse movimento não produza exatamente os resultados que você esperaria, mas ele pode fazer com que o outro se abra ao debate – e isto é um grande ganho.
- VAZE.
Ok, nada do que foi dito acima funcionou. Você tentou todos os passos com afinco e honestidade, mas foi tão produtivo quanto cavar um buraco na água. Nem todo mundo sabe que pode ser criativo, empreendedor, autossuficiente, animado, sábio, moderado, prático, alegre ou feliz. Algumas pessoas simplesmente fazem a opção por uma forma raivosa de assertividade. Não há muito que possa ser feito nesses casos.
Se o seu Tóxico for desse tipo, pare de entrar em contato com ele. Evite ou reduza todas as interações ao mínimo do mínimo necessário. Isso pode ser extremamente difícil quando essa pessoa mora com você, é da sua família ou divide o mesmo local de trabalho, mas é a alternativa que resta.
Neste meio tempo, não permita que a toxicidade do outro contamine seu foco ao longo do dia ou da vida. Concentre seus esforços em ser uma pessoa melhor que ontem – mesmo que à distância.
Quer saber mais sobre o assunto? leia “AMOR, AMIZADE, SEXO & FELICIDADE”.
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