De onde os governos tiram a enormidade de dinheiro que eles precisam para funcionar? A maior parte, obviamente, vem dos impostos. Mas os governos frequentemente gastam mais do que são capazes de arrecadar, e terminam sendo obrigados a buscar empréstimos.
Somos levados a acreditar que o governo realiza estes empréstimos “das pessoas”, utilizando fundos de poupança e outros investimentos “imobilizados” nos bancos, mas apenas uma percentagem ínfima desse aporte adicional é financiada dessa maneira. A maior parte dos empréstimos é realizada através da emissão de títulos da dívida pública – que são comprados por grandes bancos internacionais.
Durante séculos, os banqueiros ganharam uma nota financiando governos e reis. Porém, vez ou outra, esses operadores encontravam problemas espinhosos: as pequenas operações bancárias podem ser protegidas por sistemas de lastros, mas que tipo de lastro você pode utilizar quando se trata do financiamento de toda uma nação? E se o banqueiro quiser executar uma parte da dívida e o rei disser “Cortem-lhe a cabeça!“?
O processo para executar dívidas de um governo ou um de monarca não é algo ensinado nas escolas de negócios, e a maioria de nós nunca se meteu a besta para financiar esse tipo de transação, então nunca pensamos muito a respeito. Mas isso não elimina o fato de que, sim, existe um mercado que financia reis e governos, e este mercado produz ganhos excelentes .
Para evitar o risco de calote – ou de perder sua cabeça -, existem duas estratégias que você pode utilizar:
1 – Você pode participar da mesa diretora que irá gerenciar o uso do capital – então o dinheiro será emprestado apenas se você ou um representante em seu nome atuar no comitê gestor. É assim que alguns banqueiros, que emprestaram centenas de bilhões de dólares para governos no mundo todo, seguem exercendo uma influência considerável na política daqueles países.
2 – Você pode financiar os dois lados. Caso o rei ou presidente seja deposto, o sucessor seguirá negociando com você e seu banco. Por isso, é sempre interessante que o rei ou presidente tenha um “opositor”, um “inimigo” – e, caso ele não tenha, é ainda mais interessante que você crie um.
Um dos mestres pioneiros neste jogo foi Mayer Amschel Bauer (1743-1812).
O pai de Mayer, Moses, já operava um sistema de câmbio e empréstimos no começo do século XVIII na Alemanha. Para identificar sua loja em Frankfurt, Moses havia colocado sobre a porta um grande escudo vermelho com uma águia romana. Quando Mayer assumiu os negócios do pai, decidiu trocar seu sobrenome para Escudo Vermelho – ou, em alemão Rothschild (Roth = vermelho, Schild = escudo).
A partir da sede em Frankfurt, Mayer Rothschild manteve 1 de seus 5 filhos na cidade e enviou os demais para Londres, Paris, Viena e Nápoles. Astuto, Mayer estabeleceu vínculos muito próximos com Guilherme I, aristocrata filho do conde Frederico II e dono de uma das maiores fortunas da Europa na época.
Para proteger sua riqueza durante as Guerras Napoleônicas, Guilherme I recorreu aos Rotschild em Frankfurt, e o dinheiro foi transferido para a filial de Londres, comandada por Nathan, filho de Mayer. O capital passou a ser utilizado para financiar movimentos militares britânicos em Portugal e na Espanha, produzindo ganhos monumentais.
Nos 200 anos seguintes, os juros desses investimentos – e de outros que se seguiram – tornaram os Rothschild muito mais ricos que seus “mecenas”, repetindo sempre a estratégia inicial: emprestar dinheiro para governos que lutavam entre si.
Se você examinar os conflitos armados durante o século XIX, verá que eles sempre eram travados em nome de um “equilíbrio do poder”: quando um Rei saía da linha, uma guerra estourava, e a vitória sempre caía do lado daqueles que recebiam a maior fatia de financiamento dos Rothschild.
Desde o início das operações dos impérios bancários internacionais, os “players financeiros” sempre encorajaram o aumento da dívida pública dos governos. Afinal, quanto maior a dívida, maior o volume de negócios e, consequentemente, maiores as margens de lucro. E nada endivida um governo mais que uma Guerra!
Os Rothschild entenderam isso desde o começo, e rapidamente foram seguidos por bancos familiares como J.P. Morgan, Warburg, Erlangers, e Kuhn & Loeb.
Durante a Guerra Civil Americana, por exemplo, o Norte foi financiando por August Belmont (operando a serviço dos Rothschild) e o Sul foi financiado pelos Erlangers (parentes dos Rothschild).
Contudo, ainda que guerras e revoluções sejam úteis para que os banqueiros internacionais aumentem seu controle sobre os governos, a chave deste controle sempre consistiu no controle do dinheiro.
Você pode controlar um governo caso ele esteja no seu caderninho de dívidas, e um credor sempre estará na posição de solicitar ao soberano o monopólio de alguns privilégios, tais como o sistema bancário nacional, o sistema de transporte e recursos naturais. Todavia, nada disso supera ter o controle direto sobre o dinheiro da nação.
Os conspiradores da Nova Ordem Mundial sabiam que não era possível dominar uma nação SEM o uso da força A MENOS que aquela nação possuísse uma instituição “independente” por meio da qual eles pudessem ter o domínio do dinheiro – e da economia – daquele país.
Com o tempo, os banqueiros internacionais, na forma de corporações privadas, estimularam a formação de Bancos Centrais e gradualmente se tornaram proprietários de vários desses bancos. O chefe do Banco Central, então, se tornava um técnico a serviço dos banqueiros, que apoiavam as nomeações destes técnicos e eram perfeitamente capazes de derrubá-los quando quisessem.
O Banco da Inglaterra, o Banco da França e o Banco da Alemanha não eram propriedade dos governos de seus países, como a maioria de nós imagina, mas monopólios privados geridos pelos banqueiros internacionais com a garantia do estado, em geral em troca de empréstimos.
No Brasil, em 1945, no final do primeiro período de Getúlio Vargas como Presidente da República, foi criada a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC). A finalidade da SUMOC era exercer o controle monetário e preparar a organização de um Banco Central.
O Banco Central Brasileiro seria estabelecido finalmente em 31 de dezembro de 1964, durante o governo do Marechal Humberto Castelo Branco. Como principal agente financeiro do governo, dentre as funções do Banco Central estão o controle do fluxo de capitais estrangeiros… hum… certo.
A esta altura, você já entendeu que, tendo um Banco Central “independente”, tudo fica mais fácil para o Clube Oligárquico dos players internacionais: a transferência de dinheiro; a proteção de riquezas; o financiamento de conflitos armados; o direcionamento dos investimentos nacionais; a manipulação dos índices de juros, da inflação e das taxas de câmbio; e todo tipo de fraude no “livre mercado” podem ser feitos sem qualquer intermediário, e nem o céu se torna um limite para o tamanho dos lucros dessas operações.
Por meio do Banco Central, o controle totalitário de uma nação se torna tão simples quanto roubar um doce de uma criança.
E é por isso que constituir Banco Central é 90% do que é necessário fazer para tornar um país Socialista.
Acorde, Neo.
Interessante demais.
A guerra cultural e política abre demais as percepções.
Fácil perceber claramente as movimentações depois.
Realmente, quem controla o dinheiro controla o mundo.
E sobre o Banco Central autônomo? Vi o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=wFHV5amAdEQ&list=LLTE2DDPWL1LDT-9rQg19e6w&index=444 (Paulo Guedes explicando o Banco Central independente) e também vi vários sites de esquerda (socialistas) contra a autonomia do Banco Central.