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O termo Cultura surgiu mais ou menos por volta do século XIII, quando designava o cultivo da terra e o culto a um Deus. Desde o início, esta palavra foi utilizada com a ideia de explorar o que está repouso na terra e dali retirar o que é útil para nós.
A partir do Iluminismo (século XVIII), o termo Cultura começou a ser empregado pelos filósofos como algo capaz de “cultivar a mente”. Na filosofia alemã, isto era chamado de Bildung (“construção”): a Cultura passou a ser considerada algo mais amplo, uma atividade do pensamento que nos diferencia e nos liberta da prisão dos instintos naturais que carregamos.
Mas Cultura não é apenas erudição. Ela não se resume em uma acumulação de saberes.
A Cultura exige o esforço em compreender, julgar e apreender os elos que unem as coisas. Sem fazer este percurso, a mente não é “cultivada”: ela meramente vegeta.
Quando nos tornamos Cultos, nos tornamos aptos para afirmar valores, crenças, regras, finalidades e normas – ações que perderiam completamente o sentido se não viessem temperadas com as paixões que acompanham o Cultivo da Mente.
Uma pessoa Culta é capaz de julgar o conjunto à sua volta de uma distância crítica. Ela não tem somente “um saber”: ela também sabe como aumentá-lo. Não foi à toa, portanto, que o Esquerdismo elegeu a Cultura como um de seus alvos preferenciais, e passou a destruí-la conscientemente, fazendo desta desconstrução um fim em si mesmo.
Nada de “nova cultura”, nada de “antiga cultura”. No lugar de ambas, eles implantaram a política da “cultura nenhuma” – ou a Cultura do Niilismo. Para a Esquerda, é urgente que as pessoas não saibam e nem tenham a condição de saber. É urgente que as pessoas se recusem a hierarquizar o Bom e o Belo, nivelando tudo por baixo.
Foi assim que o Esquerdismo produziu uma geração de pessoas sem qualquer capacidade de discernir entre o que é Valoroso e o que é Não-Importante. E as multidões “socializadas” passaram a habitar em pântanos contaminados por uma amnésia doentia, de onde não conseguem mais enxergar a Virtude ou a Grandeza de Espírito de onde viemos.
Apesar de toda essa devastação socialista, enquanto avançamos seduzidos pela ciência e pelo progresso, impulsionados pela vontade de sobrepujar a natureza e controlar nossos destinos, nós sabemos, bem dentro da alma, que é na Cultura que buscamos refúgio para reencontrar nossos valores. É na Cultura onde calibramos a bússola de nossas necessidades e onde relembramos de onde viemos e para onde queremos realmente conduzir a incrível odisseia de nossa espécie neste planeta.
Vale lembrar o que escreveu o químico italiano Primo Levii em “Os Naufragados e os escapados: 40 anos depois de Auschwitz” (1989): “Quanto a mim, a cultura me foi útil: por vias subterrâneas e imprevistas, me serviu e talvez me tenha salvado”.
Sim, a Cultura – como a Fé, o Conhecimento e a Verdade – salva. E é por isso que a Esquerda deseja tanto obstruir seu progresso e, se possível, patrocinar seu mais amplo e total aniquilamento. E quanto mais tempo levamos para entender os termos e os riscos desta Guerra Cultural, mais nos aproximamos de perdê-la em definitivo.