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No final da década de 1980, a Venezuela estava a meio passo de se tornar o primeiro país desenvolvido da América Latina, mas então o país tropeçou em um buraco, um buraco chamado CULTURA. Neste caso, a Cultura do socialismo, expresso no bolivarianismo que culminou com a eleição de Hugo Chávez como Presidente em 1999.
A Cultura é capaz de formatar a mentalidade de um país mais rapidamente que piolhos podem causar uma epidemia na creche do seu bairro. Uma boa Cultura conduz à prosperidade. Uma Cultura ruim, leva à degradação absoluta. E, como demonstrado no caso venezuelano, a força da Cultura é tão avassaladora que nem mesmo o DINHEIRO é capaz de evitar o desabamento que ela pode precipitar.
Por exemplo: o Petróleo é considerado uma das maiores riquezas do mundo. Um país rico em Petróleo tirou a sorte grande: ele tem tudo que precisa nas mãos para se tornar um paraíso na terra! Porém, você deve levar em conta a Cultura, lembra? Nem mesmo o Petróleo é páreo para a Cultura…
Considere os seguintes números relativos ao volume em Bilhões de Barris de Petróleo de Reserva (BBPR) e à Renda Per Capita nominal (RPCN):
– Noruega: BBPR = 6,6; RPCN = US$ 74 mil.
– Brasil: BBPR = 12,9; RPCN = US$ 8,6 mil.
– EUA: BBPR = 35; RPCN = US$ 55,8 mil.
– Kuwait: BBPR = 101; RPCN = US$ 29,3 mil.
– Canadá: BBPR = 169; RPCN = US$ 43,3 mil.
– Arábia Saudita: BBPR = 267; RPCN = US$ 20,8 mil.
– Venezuela: BBPR = 302; = RPCN US$ 7,7 mil.
Ora, a Venezuela tem 45 vezes MAIS petróleo que a Noruega! Mas o povo venezuelano é 10 vezes MAIS pobre que os herdeiros dos vikings…
Isso não tem a ver APENAS com a forma de governo que impera na Venezuela há quase duas décadas: tem a ver, sim, com a CULTURA que se impregnou naquele povo. A cultura do coitadismo, do salvacionismo, do querer que alguém (o patrão, o governo ou deus) faça por você aquilo que você simplesmente tem preguiça demais para fazer por si mesmo.
O Chile é outro exemplo: após a correção dos rumos Culturais e Econômicos impostos pelo punho de ferro de Pinochet, o país entrou em uma espiral invejável de desenvolvimento. Contudo, a ascensão do socialismo naquele país está colocando tudo a perder. Caso os chilenos não acordem, em no máximo duas gerações toda a herança de prosperidade terá ido para o ralo, e o Chile selará seu destino como uma “Venezuela do Pacífico”.
Então finalmente temos nós, o Brasil. No final do Império, éramos a 15ª nação mais rica do mundo. Éramos quase tão ricos quanto a Suécia e a Noruega, duas vezes mais ricos que a Dinamarca, 3 vezes mais ricos que o Chile, e 5 vezes mais ricos que a Venezuela.
Com a transformação em República e a Constituição de 1891, tudo mudou. Enveredamos por uma CULTURA cada vez MENOS auto-responsável, MAIS cheia de direitos e MENOS zelosa de seus deveres, mais auto-condescendente, mais dependente do papai Estado, – e, por que não dizer de uma vez por todas: uma cultura mais SOCIALISTA. As consequências foram desastrosas. Em 1961, já ocupávamos a 45ª posição na economia per capita mundial. Em 2018, havíamos descido para a 77ª posição – e caindo.
O grande desafio do governo Bolsonaro não está na Economia. Não está na Reforma da Previdência. Não está na Reforma Tributária ou na Reforma Trabalhista. Não está na baixa produtividade do trabalhador brasileiro. Não está na segurança pública ou no enxugamento da máquina estatal. Não está no Congresso. Não está no Senado. Não está no STF. Não está nos seus filhos. Não está na ininterrupta campanha difamatória da “grande mídia”. Não está nem na Educação.
O grande desafio deste governo está na mudança do PARADIGMA CULTURAL em cada um dos indivíduos que habitam esta nação. Temos que nos livrar da cultura vitimista impregnada em nós durante mais de um século.
Infelizmente, é evidente que tudo isto não ocorrerá no decurso de apenas um mandato de 4 anos. Tirar os bebês brasileiros de seu sono no berço esplêndido, de suas dependências emocionais e financeiras, da mania de não ler, não estudar, de não pensar, de procurar alguma maneira de se “encostar” no Estado e de sempre transferir para terceiros a responsabilidade pelas consequências de suas escolhas, não será tarefa fácil.
Vendo como anda o nível de Inteligência e a capacidade de Raciocínio estratégico do brasileiro médio nas redes sociais, talvez apenas um IMENSO milagre seja capaz de produzir uma mudança assim nos próximos anos.
Ainda que eu não acredite em milagres desse tipo, acredito que culturas podem ser mudadas. Sim, elas podem. Mas precisamos decidir que tipo de futuro queremos para nós e nossos descendentes. E precisamos decidir isto rápido.
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Referências:
– US Energy Information Administration, International energy statistics. https://www.eia.gov
– OPEC Share of World Crude Oil Reserves. https://www.opec.org/opec_web/en/data_graphs/330.htm
– FMI. https://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2016/01/weodata/weorept.aspx
– Angus Maddison. Contours of the World Economy 1–2030 AD: Essays in Macro-Economic History. Oxford University Press (2007).
O que dizer sobre esse texto, exposição dos fatos puro e simples e servindo para referência de pesquisa, não aprende quem não quer, não lê quem tem preguiça, se mantem no erro quem gosta de ser gado estatal.
De fato, investir em uma cultura educacional sem procrastinação pode mudar os rumos de uma possível dissecação Nacional, pois assistir de braços cruzados, o empobrecimento de uma nação inteira, sem fazer nada, é como possuir uma moralidade ruim, pois ter uma moralidade ruim, é pior que não ter moralidade nenhuma!
Att: Vanderley Coêlho.