AS 5 CARACTERÍSTICAS DE UM PENSADOR LIVRE

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Tradicionalmente, o progresso da mente humana pode ser dividido em 3 etapas:

Primeiro, temos o “pensamento absolutista”, caracterizado pela crença de que o Conhecimento é definitivo, diretamente baseado na experiência da realidade e legitimado de forma inequívoca pela autoridade. Esta é a forma de pensar típica das crianças.

Logo após, durante a adolescência, o absolutismo dá lugar ao “pensamento questionador”, e passamos a considerar o Conhecimento como algo ambíguo, subjetivo e relativo: tudo pode e deve ser escrutinado e torcido, com o máximo de impulsividade, de todas as maneiras possíveis e em todas as oportunidades.

Quando a adolescência termina e a idade adulta se inicia, o “pensamento convencional” nos torna finalmente capazes de avaliar os dogmas do Conhecimento com mais temperança, mas aceitamos devemos obedecer algumas “normas” para criticá-lo. É desejável que tenhamos ideias e raciocínios, mas nem todas as ideias e todos os raciocínios são admissíveis. Algumas coisas simplesmente não devem ser “pensadas”.

O problema com o modelo habitual do desenvolvimento cognitivo humano é que ele resulta em uma mente extremamente relutante em abdicar de crenças injustificadas. Uma vez interiorizado, o “conhecimento” se torna sagrado, e nos sentimos impedidos de ir além das fronteiras que tomamos como referências.

Pouquíssimas pessoas possuem disposição para julgar suas crenças a partir de uma compreensão mais racional do mundo, e ainda menos têm audácia suficiente para expor as emoções associadas a estas compreensões ao escrutínio frio e impiedoso da Lógica. Aqueles raros que realizam isto podem ser chamados de Pensadores Livres.

Em termos didáticos, podemos dizer que um Pensador Livre reúne 5 características distintas:

1 – Ele tem um compromisso com a Congruência, mantendo-se sempre atento para as inconsistências no encadeamento de seus raciocínios.

2 – Ele compreende que sua própria dinâmica mental foi formatada por sua própria temporalidade.

3 – Ele aceita que todos os argumentos do Conhecimento são, inevitavelmente, relativos ao contexto social, cultural e histórico, e estas esferas devem sempre ser levadas em consideração em suas análises.

4 – Ele percebe que alguns conceitos “científicos” e algumas “tradições” não podem ser justificados pelos fatos ou pela Lógica, colocando-se além das fronteiras da Razão, tornando-se, dessa forma, incoerentes, incongruentes e autodestrutivos.

5 – Ele assume a tarefa de revisar e eliminar, até onde for humanamente possível, as crenças infundadas de sua interpretação da realidade.

As vantagens de perseguir a configuração de um Pensador Livre incluem o desenvolvimento de uma coerência lógica, a capacidade de se manter alerta para doutrinas improcedentes, e a habilidade de reconhecer a compartimentalização do Conhecimento.

Não é impossível desenvolver uma forma Livre de Pensar, mas esta é uma decisão que exige grande esforço, disciplina, comprometimento e intrepidez para ir além das emoções que limitam a mente humana, optando voluntariamente por empregar nossa incrível capacidade de apreender a “realidade que há” ao invés de nos resignarmos na ilusão da “realidade que gostaríamos”.

Não é impraticável, mas certamente é desafiador.

Você tem coragem?

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Referência: 

Steven James Bartlett. Epistemological Intelligence. Willamette University Faculty Research Website (2017).

 

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