Os conceitos que temos sobre Moralidade Absoluta tendem a ser simples e diretos, facilitando sua obediência. Por exemplo: não mentir, não roubar e não trapacear são considerados virtudes Morais Absolutas: Desde a tenra infância, somos ensinados a reconhecer mentir, roubar e trapacear como moralmente condenáveis. Contudo, quando tentamos aplicar esta Moralidade Absoluta de maneira monolítica no dia a dia, os problemas começam a surgir..
Suponha, por exemplo, que você está na França em 1942 e escondeu uma família judia no seu sótão. Um oficial alemão entra pela porta e lhe pergunta se há mais alguém na casa. Seria correto responder ao nazista: “Sim, tenho 6 judeus escondidos lá em cima, mas você poderia fazer a gentileza de ignorar esta informação e não executá-los”? Falar a verdade e não trapacear, entregando os judeus, seria Moralmente aceitável neste caso?
Em uma outra situação hipotética, você está frente a frente com a necessidade de ter que roubar água e comida para alimentar uma criança que está literalmente morrendo de desnutrição. Seu roubo não colocará qualquer pessoa em risco, mas certamente irá salvar uma vida. Neste caso, roubar torna-se moralmente aceitável?
Quando confrontadas com dilemas assim, a maioria das pessoas afirma que mentir, trapacear e roubar não são apenas atitudes Moralmente aceitáveis, mas são ações Moralmente desejáveis – e proceder ao contrário disso (entregar os judeus ou permitir que a criança morresse de fome) seria, na verdade, imoral.
Se a Moralidade deve ser absoluta, e mentir, trapacear e roubar são comportamentos anti-éticos, como resolver os dilemas acima? Como violar seus princípios Morais pode ser uma maneira de garantir ações Moralmente corretas? A resposta é que a Moralidade não pode ser simplesmente definida a partir de construções metafísicas sagradas. A Moralidade deve fundamentar-se para além da teoria, para além das ideias e da confiança em valores determinados por Estados, Religiões ou Líderes. Ela deve fundamentar-se em algo chamado Mundo Real.
Todos os princípios Morais são acordos engendrados por contextos sociais e influenciados por convicções, percepções, interesses e antagonismos, e apenas quando assumimos a premissa da Realidade podemos agir de fato como seres Moralmente virtuosos.
Muito legal!
Na faculdade pago uma cadeira chamada Bases Humanitárias. Nosso professor sempre tenta trazer esses dilemas morais às discussões.
É muito proveitoso.
Agradecemos o feedback, Lobo.