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Do ponto de origem até aqui, meus últimos sete anos têm sido uma viagem em direção a uma vida mais simples. Tive deslizes ao longo do caminho, mas, contemplando o quadro geral, a tendência foi sempre de simplificação.
No começo, não tinha uma ideia clara de que a Simplicidade era o que estava buscando. Apenas me sentia assoberbado por contas, agendas insanas de compromissos, mais de cem horas de trabalho por semana, responsabilidades em excesso, estresse em excesso, pressão arterial em excesso, quilos em excesso.
É duro dar-se conta de que algumas das coisas, decisões e relacionamentos que você mantém por perto não são confortos, mas atoleiros. São pântanos que drenam sua energia enquanto você luta para simplesmente permanecer na superfície e tomar um fôlego antes da próxima batalha.
Entretanto, perceber com honestidade que sua vida é um projeto seu, que você é principal arquiteto de seus dias, atropela sua cabeça como um insight poderoso e libertador. No momento em que a ficha cai, você é atingido pela consciência de que tem apego a muitas coisas que não lhe servem, tampouco ajudam – apenas atrapalham.
Se observar com atenção, verá que algumas das pessoas mais felizes que você conhece não são cheias de posses, utensílios, terrenos, casas, carros ou lanchas. Muitas das pessoas mais genuinamente felizes que encontrou ao longo de sua vida eram pessoas simples levando vidas simples, não eram? E o inverso também se mostrou verdadeiro: muitas pessoas com vidas complexas, cheias de recursos e opções, não eram tão felizes quanto deveriam ser. Nós, seres humanos, temos esse impulso de complicar tudo.
Durante meu período de autodescoberta, fiz uma viagem pela Patagônia chilena. Duas semanas em meio a montanhas, vales, vento, florestas, lagos, bosques, pedras e neve. Caminhei mais de 150 quilômetros por paisagens belíssimas, mas extremamente isoladas, e tudo que precisava para sobreviver devia caber dentro de uma mochila cargueira. Nada de supermercados ou pousadas ou conexão de celular: apenas a natureza niveladora torpedeando a inutilidade do dispensável.
Na companhia de alguns amigos em um abrigo rústico no fundo do Vale do Chacabuco, em torno de uma fogueira crepitante e migalhas de pão seco, celebramos a virada do ano novo compartilhando uma tampinha de conhaque para cada um.
Desde então, o clímax daquela frugalidade suntuosa me acompanha como um lembrete de que perseguir a simplicidade da vida tem a ver com apreciar as coisas do modo como elas são. Apreciar o presente estando presente nele.
Depois de mais de quatro décadas nesse planeta, assimilei lições preciosas de como simplificar a vida e tenho procurado aprimorá-las a cada ano. Admito que sou um catecúmeno nessa escola de estoicidade e ainda estou distante de um padrão de excelência, mas acredito nos aprendizados ofertados a mim e gostaria de compartilhá-los com você hoje:
- Avalie suas relações e as pessoas que estão drenando seu ânimo.
As pessoas com quem você mais convive procuram lhe encorajar e colocar para cima, ou drenam suas capacidades e fazem você sentir-se mal consigo mesmo?
Na transição para uma vida mais simples, é importante reconhecer que seus amigos e todos os demais em seu círculo de honra e confiança devem ajudar você a prosperar em todos os sentidos. Sua vida não deve ter um espaço reservado para aquelas pessoas que atrasam ou impedem seu progresso pessoal & emocional. Simplifique sua vida social. Crie filtros contra o estresse e selecione para seu convívio relacionamentos ricos em significados, propósitos nobres e valores edificantes.
- Desconecte-se completamente por uma hora inteira a cada dia.
Nenhum celular, nenhum e-mail, nenhum tablet, nenhuma distração escravizante. Guarde diariamente uma hora para sua desintoxicação digital. Desconecte-se da tecnologia e conecte-se com seu corpo e sua mente.
- Limpe cada canto de sua casa.
Não literalmente, mas metaforicamente. Faça um inventário do que possui. Jack Kerouak escreveu que “um homem que tem um tapete já tem coisas demais”. O que é necessário? O que você realmente precisa para sentir-se confortável, inspirado, feliz? Seu lar é seu santuário. Trate-o assim.
- Fique bem, bem quieto.
Conheço um punhado de pessoas que têm uma resistência enorme quanto ouvem a palavra meditação. Eu mesmo, quando comecei a meditar, dei de cara com uma parede de resistência dentro de mim: bastava sentar para meditar e minhas costas ardiam, o nariz coçava, as ideias começavam a ir e vir atrapalhando tudo e eu terminava desistindo da empreitada.
Contudo, apesar da dificuldade, insisti no processo. A cada dia, sentava-me em um lugar da casa – gosto de colocar uma almofada no chão perto da varanda – e ficava lá, sem julgar o que se passava em minha mente, mas apenas sentado ali, sozinho, de olhos fechados, alerta aos fluxos de pensamentos e aos sons do ambiente. Alguns dias isso era fácil de fazer, outros dias nem tanto. Com a prática, o hábito de meditar foi incorporado à minha rotina e refinado pouco a pouco – e os ganhos foram extraordinários.
É desnecessário salientar a imensa lista de benefícios cientificamente comprovados que a meditação pode trazer para sua vida. Por isso, recomendo que comece de leve: diariamente, sente-se um lugar sozinho e fique quieto, em silêncio, sem julgamentos, durante 5 minutos.
- Troque sua lista de “afazeres” por uma lista de “quereres”.
Tanta gente acredita que deveria ter uma lista de “afazeres”… Aquele rol das tarefas imprescindíveis que devem ser feitas – e serão, ainda que eventualmente.
Mas… que tal trocar a ideia da lista de afazeres por uma lista de quereres? Não fique se atormentando com tantas tiranias, metas e objetivos ansiosos. Procure equilibrar seu foco adicionando alguns quereres.
O que você gostaria de fazer no final de semana? E no feriado? E amanhã? A lista de quereres não é um registro daquilo que você tem que fazer, mas do que você deseja fazer.
Pense no tipo de sentimento ou experiência que gostaria de adicionar à sua vida. Que tipo de felicidade, sorriso, sensação de paz ou alegria você gostaria de vivenciar? Algumas vezes, sua lista de quereres estará alinhada à lista de afazeres – e quanto mais isso ocorrer, mais serena será sua vida.
Seja espontâneo. De repente, a louça que está na pia pode ser lavada amanhã pela manhã – basta que você acorde 10 minutos mais cedo. Que tal relaxar hoje à noite e fazer algo que você ama?
Se a ideia é simplificar, nada poderia ser mais simples que isso.
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Excelente.
Muito bom!
Quantas verdades ,nós nos importamos no ter do que no ser.
Nunca estamos de bem com a vida,basta nos interiorizar que a paz e a felicidade está dentro de nós.
Aprendamos a valorizar a natureza e melhorarmos espiritualmente